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Situada a 22 Km a sudoeste da sede de concelho, a freguesia de Erada
estende-se por uma área de cerca de 4000 hectares, pertence à diocese
da Guarda e é parte integrante do distrito de Castelo Branco.
Com
uma altitude de 535 metros, confina com os limites das freguesias de
Alvôco da Serra e Teixeira, do concelho de Seia e Sobral de São Miguel,
Casegas, Paul e Unhais da Serra do concelho da Covilhã. O documento
mais importante que se conhece, encontra-se no Dicionário Geográfico de
Portugal, manuscrito de 1758, arquivado na Torre do Tombo. Foi escrito
pelo então Pároco da Erada, Francisco Antunes Domasco, a 16 de Abril de
1758. Nesse documento declara-se: "É del Rei (a Erada) não conhece
outro dono mais ou sujeição". Também é possível observar no referido
documento a anexação de Trigais: "Tem este lugar a sua igreja
paroquial, acumulando para a parte do poente um lugar ou aldeia chamada
os Trigais, nas abas as Serra da Estrela, junto ao local chamado Pedras
Lavradas...". No que respeita à toponímia, segundo a revista
Lusitana, terá origem no latim "hederata" que quer dizer povoada ou
coberta de heras, todavia há outras versões. A sua economia assenta
em componentes diversificados. Aliada à pastorícia, actividade de
origem desta freguesia, surgiu a agricultura que, mercê da pobreza da
maioria dos terrenos e o rigor do clima, nunca teve um impacto capaz de
melhorar a vida destas gentes. Assim, foi também a Erada conhecida como
a terra dos carvoeiros e almocreves. O carvão e o azeite eram
transportados em machos, percorrendo os trilhos da Serra, únicos
acessos que permitiam o escoamento dos produtos excedentários.
TRIGAIS-ERADA
Esta anexa da freguesia da Erada dista a 15 Km situando-se isolada, entre o sul e o poente, na encosta da Estrela. As
origens, a evolução, a história das suas gentes e do seu modo de vida,
da sua relação com o "exterior", valem bem não apenas uma visita
turística, mas alguns dias de repouso e de "regresso às origens", numa
das mais pequenas e serranas aldeias da beira baixa. Nos Trigais
podemos encontrar ainda alguns telhados de casas cobertos de lajes de
xisto, como é o caso da antiga forja do Ti Joaquim Ministro, onde
podemos ainda encontrar o grande fole de ferreiro. Os vários moinhos
que ao longo dos tempos transformavam o grão em farinha, tocados pela
água da Ribeira dos Trigais, tinham um funcionamento comunitário. Um
deles funciona ainda com frequência. A tia Augusta que é há muitos anos
a forneira - função que terá já herdado da sua mãe - vai passando a
palavra à vizinhança: "- amassa agora; - dá a volta", etc. cada vizinha
ao voltar a casa com o tabuleiro, deixa uma broa à tia Augusta. Esta
cena repete-se todos os Sábados. Nesta povoação onde quase toda a
gente está ligada por laços familiares, cresceu um espírito comunitário
que ainda hoje se observa.
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