Qual seria a expectativa de uma criança de 10 anos, em meados do século dezanove, da Calheta de Nesquim na ilha do Pico? Não sabemos, mas vamos conhecer a vida de Joe Silvey, ou pelo menos de muitos Josés Silva, que circularam pelo mundo. Esta é a aposta da companhia Cães do Mar, sedeada em Angra do Heroísmo, e que vem até ao Auditório da Madalena, sábado 18 de maio às 18h, com a sua mais recente produção teatral.
"A Balada de Portuguese Joe" é a história de um açoriano que foi para o Canadá e fez uma vida de sucesso – eventualmente. É uma história de emigração e empreendimento, mas também trata da xenofobia, do racismo e das possibilidades e dificuldades de uma sociedade multicultural. Estes são temas reconhecíveis e relacionáveis para os açorianos.
A peça é cómica na forma, mas tem uma seriedade em seu centro. O uso consciente de formas populares de performance é uma estratégia teatral deliberada. "Queremos entreter as pessoas e também convidá-las a ver as coisas de uma maneira diferente," admite a encenadora Ana Brum. "E, como todo o trabalho da Cães do Mar, é totalmente original. Texto, música, marionetas e desenhos foram criados especificamente para esta peça. Servimo-nos de diversas metodologias: marionetas, teatro físico, música, para conseguir uma linguagem mais inclusiva, universal e poética."
Este espetáculo conta com os atores Ricardo Ávila e Hélder Xavier, o músico e compositor João Félix, a conceção plástica de Sílvia Fagundes, figurinos de Sílvia Teixeira, a dramaturgia e composição de Peter Cann e a encenação de Ana Brum.
"A Balada de Portuguese Joe" é um projeto apoiado pela DGArtes, DRAC e CMAH; a apresentação no Pico é possível através da MiratecArts e parceria com a Câmara Municipal da Madalena, e a Biblioteca Auditório da Madalena, o epicentro da décima segunda edição do Azores Fringe Festival. Para mais programação visite azoresfringe.com e siga as redes sociais da MiratecArts e do Azores Fringe Festival.