A primitiva Igreja de Eiras, foi mandada construir por D. Afonso Henriques, sendo Bispo de Coimbra, D. Vermudo, e localizava-se fora da povoação, julga-se que no lugar hoje designado por Cruz Nova. Entretanto, por dificuldades de acesso, especialmente no Inverno, por parte da população, que tinha de transpor um pequeno ribeiro (Rego) que nesse período transbordava, foi mandada construir dentro da povoação, então Vila, no reinado de D. José I, (conforme letreiro VIVAT REX JOSEPH aberto no escudo nacional que encima a porta de entrada), uma nova Igreja.
Esta igreja, dedicada a S. Tiago, possui uma frontaria monumental, bem articulada, característica da arquitectura religiosa barroca. De planta longitudinal, composta de nave, capela-mor, sacristia e anexos, tem a fachada principal, enquadrada por duas torres sineiras, com remate piramidal.
A fachada por sua vez, tem pano único enquadrado por pilastras dóricas e rematando por empena triangular interrompida ao cimo e aos cantos. A porta principal possui verga e cornija curvas, com frontão interrompido pelo escudo nacional acima referido. Por cima da porta tem um óculo quadrilobado e duas janelas de frontão curvo. O interior é formado por espaços diferenciados.
A nave é coberta por abóbada redonda e iluminada pelos vãos superiores da frontaria e por três janelas laterais.
A Capela-mor, um pouco mais estreita que a nave, tem idêntica cobertura e um retábulo de talha policromada, com frontão interrompido por uma glória solar, do tipo coimbrão, da segunda metade de setecentos.
O arco cruzeiro também tem decoração de talha policromada e dois altares em madeira a flanqueá-lo. Tem ainda dois retábulos das paredes laterais da nave, com idêntica decoração ao retábulo mor. À esquerda, sob a torre, existe uma pequena capela, onde se encontra a pia baptismal, com cobertura em abóbada de cruzaria.