Situada
no centro da Vila, teve relevante importância no início, por se
encontrar próximo da população, ao contrário da Igreja, que se situava
fora da localidade.
Esta capela foi fundada no último quartel do
séc. XVI, embora só ficasse concluída na centúria seguinte. Começou por
ser construída a capela-mor e só mais tarde a nave. A origem da capela
está intimamente ligada ao culto do Espírito Santo, implementado pela
Rainha Santa Isabel, de quem era muito devota, e que o difundiu, em
especial na região centro do país, como testemunham as festividades em
Eiras, Alenquer e Tomar (festas dos tabuleiros) e mais tarde nos Açores
(festas do Santo Cristo).
Possui planta longitudinal composta, com articulação da nave e
Capela-mor. O primeiro registo apresenta um portal de moldura recta,
sem decoração, rematado por frontão triangular. Sobre este, no segundo
registo, a janela do coro gradeada, encimada por um friso que remata o
registo e a separa do superior. O remate da fachada, no terceiro
registo, apresenta um frontão, que possui ao centro relevo inserido em
moldura flanqueada por volutas, com representação de dois anjos
ladeando a Sagrada Eucaristia. O conjunto possui ainda duas torres
sineiras, rematadas por cruz.
Interiormente a nave possui dois arcos laterais, decorados por
querubins, ou cabeças aladas, símbolos da perfeição espiritual, e
pendurados. O espaço é coberto por abóbada repartida de três tramos,
tendo um púlpito de pedra, elaborado já durante as campanhas de obras
do século XVIII, que assenta sobre dois cachorros. O arco que separa a
nave da capela-mor, semi-circular, apoia-se em pilastras. A capela-mor,
é coberta por abóbada de ogivas cruzadas, possuindo retábulo de pedra,
elaborado na segunda metade do século XVI. Tem ainda dois pares de
nichos sobrepostos, com imagens da Virgem e de S. João Evangelista, nos
nichos de baixo, e dois anjos músicos, nos nichos cimeiros, rematando
por uma representação da Santíssima Trindade.
Como dissemos anteriormente, no conjunto da Capela o Espírito Santo,
destaca-se a decoração da fachada, onde são aplicados motivos
decorativos geométricos de inspiração flamenga. A utilização destes
modelos nórdicos, que seriam peças fundamentais para a modernidade da
arquitectura maneirista, e que se tornaram numa corrente de vanguarda,
em alternativa ao então emergente “estilo chão”, demonstra uma
actualidade de gosto, que com certeza deriva, da proximidade desta
paróquia com a cidade de Coimbra.
Este monumento, está considerado Imóvel de Interesse Concelhio.