As Freguesias de origem...
Armamar localiza-se a sul do vale do douro, numa encosta íngreme, tendo aos seus pés a cascata da Misarela, um miradouro de onde se avista o cenário paisagístico do douro. Da freguesia faz ainda parte a povoação de Travanca.
A origem do topónimo Armamar não se encontra ainda esclarecida, sendo contudo de admitir que terá tido origem no antropónimo germânico Ermamaro (Ermamarus), que seria um preso godo que acompanhava Afonso III, quando este conquistou a região de Lamego, em 877. Nos seculos XII e XIII, o nome desta vila era Ermemar.
O povoamento do território local deverá remontar à época leonesa-portucalense Séc. IX e XII); no entanto, no Séc. XII, as lutas entre árabes e cristãos para a posse de todas as terras de Lamego tornaram desertas as terras e Armamar, as quais só voltaram a ser povoadas por acção de D. Afonso Henriques.
A história da agora extinta Freguesia de Armamar está indelevelmente ligada à do próprio concelho. Assim, em 1189, Armamar foi doada ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas; mais tarde, em julho de 1194, D. Sancho I atribuiu-lhe o foral que foi renovado a 3 de maio de 1514 por D. Manuel I e em outubro de 1855, Armamar foi levada a cabeça de comarca.
Do património histórico destaca-se: a igreja matriz, de invocação a São Miguel, patrono da freguesia (embora as festas anuais sejam feitas a São João) único monumento no Município classificado como monumento nacional; algumas capelas, (capela do Espírito Santo, capela de Santa Bárbara, capela de São Lázaro, etc.) muitas são propriedade anexa de casas brasonadas; as ruelas do lugar do Outeiro com reminiscências do período medieval; e a cascata da Misarela com o seu miradouro.
No lugar de Travanca há também diversas casas brasonadas que são dignas da atenção de quem por ali passa, exemplo da Casa Grande. Um dos últimos senhores da Casa Grande foi o Dr. António Carlos de Magalhães de Mendonça Pimentel, juiz conselheiro e Governador Civil do Distrito de Viseu entre 1893 e 1894. Merecem ainda destaque a capela de São Cristóvão, padroeiro de Travanca, a capela de Santo António (1665) anexa da Casa Grande, a capela Sra. do Bom Despacho (1679) e a Capela da Sra. Das Neves (1669).
Armamar tem atualmente como estruturas de educação: dois Jardins de Infância (um público e outro privado); a Escola Gomes Teixeira (2º e 3º ciclo e ensino secundário) e a nova escola básica que reúne todos os alunos do 1º ciclo do ensino básico. Em Armamar funciona ainda uma creche, propriedade de uma instituição privada sem fins lucrativos, a Fundação Gaspar e Manuel Cardoso, que também possui um lar de idosos.
Na freguesia têm expressão, em termos económicos, o setor dos serviços mas também a agricultura, caracterizada pela produção sobretudo de vinhos, de mesa e generosos, e maçã. O setor secundário está também representado por unidades de transformação de carnes instaladas em Travanca, algumas industrializadas e outras de âmbito mais familiar.
Coura está a 7 km da sede concelhia e tem por orago S. João Batista. Coura está abundantemente documentada com vestígios arqueológicos diversos, especialmente castros e edificações dolménicas, que deixam prever a antiguidade do povoamento do seu território, embora este, nos inícios da Nacionalidade não fosse avultado.
A povoação de Coura esteve desde logo integrada no termo do castelo de Armamar, de cujo foro fez parte. No séc. XIII recebeu carta de povoação, atribuída por D. Afonso III em Guimarães e as inquirições de 1258 fazem-lhe referência, apresentando-a como terra regalenga, repartida por vinte courelas (ou cairelas), sendo nesta época príncipe da terra, D. João Garcia "de Sousa", tenente de Armamar; é uma aldeia muito antiga pois aqui se encontram vestígios pré-históricos, que vêm desaparecendo ao longo do tempo. Também aqui "passava" uma via da época romana tendo ficado alguns troços da mesma a caminho de Arícera.
Aqui nasceu o padre Firmino Cardoso Pinto, famoso sacerdote e jornalista; exerceu funções docentes em seminários e dirigiu a revista de cultura missionária "Portugal em África".
O solo arenoso e pobre associado a terrenos com grandes declives ditaram que a agricultura fosse, ao longo dos tempos, praticada em pequenos "calços" onde se produz batata, maçã e castanha. Antigamente eram cultivados cereais como trigo, centeio e cevada e, a juntar à agricultura, fazia-se também criação de gado ovino e caprino.
A aldeia conserva ainda nas suas ruelas e casas muito da arquitetura de povoado medieval que facilmente transportam para uma viagem no tempo quem a visita.
Para além do património já referido merece ainda destaque a igreja dedicada a São João Baptista, em tempos filial de Armamar. Há também uma capela de invocação a São Vicente, situada fora da aldeia, junto do cemitério.
(http://www.freguesiadecoura.blogspot.com)
Tões Segundo a tradição o local primitivo de implantação do povoado de Tões terá sido num declive da Fraga da Pena, lugar das Cortinhas, não muito distante da capela da Sra. da Guia. E, de facto, lá têm aparecido alguns vestígios arqueológicos (restos de cerâmica e outros).
Em 1527 Tões era um pequeno lugar, apenas com 30 moradores, do termo da vila de Armamar. Nesta altura ainda não existia a paróquia independente de Sta. Senhorinha e Tões era anexo da Paróquia de S. Miguel de Armamar. O primitivo templo de Santa Maria localizava-se no lugar já referido das Cortinhas e daí terá surgido o culto à Sra. da Guia. Do novo templo tem-se referências no início do século XVII.
Para além do património já referido, em Tões conta-se ainda a capela de Sto. António, a capela da Sra. da Graça, particular e integrada na Quinta da Lama Redonda e a Fonte Velha (1701).
A capela da Sra. da Guia foi construída por voto antigo das populações de Aldeias e Tões e posteriormente reconstruída (há referências de que se encontrava em ruínas em 1606) pelas mesmas povoações em 1676 e por iniciativa de Manuel Cardoso Leitão e sua mulher, D. Serafina Teixeira de Lucena, as mesmas pessoas que mandaram fazer a capela da Sra. das Neves em Travanca. A romaria a esta capela, na segunda-feira de Páscoa, foi sempre muito concorrida.
A Quinta da Lama Redonda, "villa" rústica no século XII, das mais antigas da região, é digna de referência no património da freguesia. A ela existe referência de 1191 como instrumento de doação ao mosteiro de Salzedas por Pedro de Ooriz. É composta por vinhas e uma casa solarenga de dois pisos com capela particular (a que já se fez alusão).
Em Tões produz-se vinho, fruta e batata. Os cereais, trigo e centeio, foram cultivados noutros tempos. O Monte Raso era considerado um grande "celeiro" na aldeia e fora dela.
http://www.cm-armamar.pt