Localizada no Largo da Igreja, na zona superior da Vila e dentro das muralhas do velho burgo medieval, é S. João Baptista o seu orago.
O edifício é uma construção do Século XVI inserindo-se no estilo Maneirista, tendo no entanto sofrido várias remodelações ao longo dos séculos seguintes.
Se o Maneirismo português atendeu a certas particularidades que originaram a sub-denominação de Estilo-Chão, a arquitectura da Igreja Matriz traduz todo o discurso do sintetismo nacionalista entre a herança medieval e o depuramento das formas clássicas do Renascimento, próprias desse mesmo estilo.
No que respeita ao seu exterior, o edifício apela à horizontalidade. A fachada está orientada para nascente e encontra-se seccionada em três partes por quatro pilares adoçados a um terço e embebidos na restante altura.
No interior temos uma Igreja salão com três naves, as quais são divididas por três colunas cada. As colunas suportam arcos de volta perfeita que no seu total perfazem o número de cinco. Quanto à cobertura, esta é feita em abóbada de caixotão.
A nave lateral direita apresenta duas capelas laterais e um altar adoçado de culto a Nossa Senhora de Fátima. A capela mais próxima da capela-mor é de culto aos três santos populares: S. Pedro, St.º António e S. João. É de salientar que no tecto desta capela axial está pintado um brasão esquartelado com as armas das famílias Mouros, Sás Tavares e Melos. A referida capela possui ainda uma pintura baseada no tema do Juízo Final.
As capelas colaterais oferecem culto à Padroeira da Vila - Nossa Senhora da Alegria e ao Nosso Senhor dos Passos.
No que diz respeito aos altares, todos eles são de talha ou alvenaria pintada. Todo o interior do edifício é nu e despojado de decoração, apenas se realçando a capela-mor. Esta tem quatro colunas pintadas a azul e dourado.
Relativamente ao seu espólio, é de destacar um cálice de prata dourada e branca, datado da segunda metade do século XV. Merecem ainda referência as imagens de pedra de S.Sebastião (Século XV), Santo António (início do Século XVI), S.Pedro (datada de finais do Século XV e pertencente à antiga Capela de S.Pedro) e de Santana, também do Século XV.