Por questões de segurança, foram abatidas duas enormes árvores existentes na Freguesia do Bunheiro, talvez aquelas que detinham maior envergadura, pois tinham secado e temia-se que pudessem constituir perigo para as pessoas e bens, sobretudo em ocasiões de intempérie.

Uma delas estava localizada no lugar do Celeiro, precisamente ao lado do posto de leite dos “Amigos” e em frente à casa do falecido engº Tomás; a outra no lugar do Esteiro, mais propriamente ao lado da antiga loja do “Torto” e do antigo posto da Guarda (Nacional Republicana).

Tratava-se de dois robustos ulmeiros (Ulmus minor Miller), entre nós conhecidos por “langumeiros”.

É uma espécie de crescimento lento, cuja altura pode atingir os 35 metros e que normalmente chega a ter idades compreendidas entre os 150 e os 200 anos chegando, em alguns caos, a alcançar os 600 anos.

São árvores que consubstanciam autênticos monumentos, quando estão em espaços livres e não são sacrificadas na sua frondosa copa pela amputação de ramos.

A madeira de ulmeiro é muito utilizada em trabalhos de marcenaria e ainda na construção naval.

Os ulmeiros têm sido dizimados por uma doença epidémica e mortal, a grafiose, provocada por um fungo. A espécie Ulmus minor é particularmente susceptível a esta doença, a qual se desenvolve no sistema vascular dos ulmeiros.

Presume-se que estes dois grandes ulmeiros e muitos outros de menor porte, existentes na nossa freguesia, tenham sido dizimados por esta doença nos dois últimos anos. De facto, por esta razão, esta espécie é, neste momento, considerada em extinção.

As duas árvores foram abatidas no dia 10 de Dezembro, por um madeireiro do concelho, a primeira por iniciativa dos seus proprietários e a segunda por iniciativa da Câmara Municipal da Murtosa, uma vez que esta se encontrava na via pública.