Apúlia possuía, não temos dúvidas, um templo, mesmo que modesto, de traçado romano que acompanhou a própria fundação desta paróquia desde os tempos mediévicos.
Segundo a tradição a primeira Igreja desta freguesia, aí pelos séculos XII ou XIII, situar-se-ia na Agra dos Mouros, tendo ficado submersa pelas areias restando hoje, unicamente o Cruzeiro (Cruzeiro da Agra dos Mouros).
Em 1610, na altura de um Crisma, o seu estado era muito mau mas essa ruína tornou-se mais acentuada aí pelos anos de 1680.
Perante esse estado físico do seu templo, os Apulienses resolveram edificar uma outra aí por 1694, vemos alguns fregueses preocupados em dotar a sua Igreja com sacrário e Confraria do Santíssimo Sacramento. Para isso, através de Escritura Pública, comprometeram-se a doar bens pessoais para sustento desse Sacrário. É por essa altura, 1683, que o Pároco de Apúlia, o então Reitor Francisco Leite, deixa de assinar como Reitor e toma a categoria de Prior.
Faz parte do património desta Igreja Matriz uma imponente custódia de prata dourada, com incrustações de pedras finas, estilo renascença, que, na altura das invasões francesas (1809), fora escondida, dentro de um tanque, por forma a escapar ao saque que o exército francês fez às nossas igrejas e confrarias.
Em 1845 esta Igreja estava de novo arruinada, embora o Santíssimo estivesse num Sacrário decente e possuísse os paramentos necessários.
Por meados do século XIX o concelho de Esposende sentia uma grande vaga de assaltos nomeadamente às Igrejas, no intuito de roubarem as esmolas e os objectos de culto, de maior valor.
Apúlia não foge a esta onda de assaltos, e na noite de 16 para 17 de Outubro de 1849 os ladrões abriram o templo, através de uma chave falsa e entraram pela sacristia da Confraria do Santíssimo Sacramento. Arrombaram os armários, as caixas e as gavetas de toda a Igreja. Abriram o Sacrário e levaram a chave dele que era feita de prata.
Na denuncia feita à Câmara Municipal dizia-se que “... levaram um pequeno Vaso, que era usado para levar o sagrado viático aos enfermos, avaliado em seis contos de reis, levaram ainda uma coroa de prata de Nossa Senhora do Rosário, dois sírios, a almotolia do azeite e o vaso do Sacrário, que era de pau”. Curiosamente a almotolia apareceu no dia seguinte num campo de milho próximo da Igreja. Diz-se ainda na referida queixa de que “... a Igreja possuía alfaias muito ricas mas estavam guardadas em local seguro, fora da Igreja”.
Em 1936, estando, de novo a Igreja em estado degradado e sendo pequena, resolveram edificar uma nova, que foi sagrada em 18 de Agosto de 1945 pelo Sr. Arcebispo de Braga D. António Bento Martins Júnior.